O Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) informou nesta quarta (31) que deve retirar nos próximos 15 dias as carcaças de carros encontradas pela expedição do Flutuador na terça-feira (30), no Rio Tietê, entre a cidade de Guarulhos e o extremo Leste de São Paulo. A Polícia Militar disse que reforçou a segurança no local.
A expedição encontrou mais lixo pelo caminho nesta quarta. O guardião do Flutuador Dan Robson partiu da ponte no extremo da Zona Leste, a mesma que há três anos abriga Sérgio. “Quase toda noite eu durmo aqui”, diz.
Sérgio vê passar um Tietê morto. Essa é exatamente a mesma situação de dois anos atrás. Os índices de oxigênio medidos pelo Flutuador foram péssimos. “A água está cinza, uma cor meio viscosa”, avalia Dan Robson.
No lugar é despejado o esgoto de cerca de 1 milhão de moradores de Guarulhos e de bairros de São Paulo, como a Vila Jacuí. É muita sujeira.
Esse é um exemplo do que acontece quando o lixo é jogado na rua. Em um dia de chuva, uma enorme quantidade de lixo desce do Rio Jacu e vai parar no Tietê. Pela água passam sofás, porta e rodo. Nas calçadas da Vila Jacuí tem mais entulho, como mala e privada, pronto para ser levado pela enxurrada. Com isso, tanto o rio como o córrego transbordam.
“Fica tudo cheio de água. Subiu e entrou na minha casa”, reclama o vendedor ambulante Adecildo dos Santos. Não é difícil evitar esse problema. “Acho que não poderia acontecer isso. Para isso existe lixeira. Se não jogasse lixo, não transbordava pras casas”, diz a empregada doméstica Vilma Hortência de Souza.
Em 2009, Guarulhos não tratava nada do esgoto que produzia. Agora trata 15% e planeja tratar 70% até o fim de 2012.
Fonte: G1