Um levantamento divulgado nesta quinta-feira (17) pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil mostra que 70% do entulho do estado são gerados em pequenas reformas. A Prefeitura de Guarulhos não leva os restos de obras para aterros. O que é deixado em pontos de coleta, ou retirado das ruas, é reutilizado.
O que deixa a carroça de Sílvio Oliveira pesada está debaixo do lixo reciclável: o entulho. O carroceiro cobrou R$ 60 de uma moradora para dar destino correto aos restos de construção. “Se pegar jogando aqui na calçada, é perigoso pegar uma multa, os caras pegarem o carrinho meu e levarem embora”, diz.
Sílvio deixa tudo no PEV (Ponto de Entrega Voluntária). O espaço é feito para receber lixo reciclável e, principalmente, restos de construções. Existem 16 PEVs em Guarulhos, mas seriam necessários outros 30 para o cumprimento do plano diretor da cidade.
“O entulho na rua é sujeira que vai trazer rato, vai fazer mal para a população, entupir, afetar a drenagem e só trazer problemas para a cidade”, diz Jonathas Durães Júnior, gerente de resíduos.
Quando é deixado no ponto de entrega, não há sujeira, nem desperdício. O resíduo é levado para a usina de reciclagem, onde começa a ser transformado. Em uma máquina, o entulho é triturado, peneirado e separado por tamanho. São 50 toneladas por hora. Após passar pelo processo, o material volta a ter utilidade.
No bairro Jardim Nova Ponte Alta, o entulho, que virou pedregulho e areia, serve de base para o pavimento. Os blocos da calçada também são feitos com o material reciclado. A Prefeitura diz que o processo custa R$ 40 por tonelada. “Se esse material é jogado na rua, o município tem que limpar, e essa limpeza corretiva vai custar R$ 160 a tonelada, quatro vezes mais”, diz Durães Júnior.
A Prefeitura de Guarulhos disse, em nota, que deve inaugurar três pontos de entrega voluntária de entulho até o fim do ano.
Fonte: G1